Dia Nacional do Controle de Asma: PROADI-SUS busca reduzir hospitalizações no SUS

Dia Nacional do Controle de Asma: PROADI-SUS busca reduzir hospitalizações no SUS Dia Nacional do Controle de Asma: PROADI-SUS busca reduzir hospitalizações no SUS

O dia 21 de junho marca o início do inverno no Brasil, período em que aumenta o contato com infecções respiratórias virais e, consequentemente, piora o quadro de pacientes asmáticos. Por essa razão, o Ministério da Saúde declarou a data como o Dia Nacional do Controle da Asma, doença crônica das vias áreas responsável por cerca de 260 milhões de casos em todo o mundo. Os sintomas mais comuns são a falta de ar, chiado na respiração, sensação de aperto no peito e tosse, podendo variar a gravidade de pessoa para pessoa. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) estima que existam cerca de 20 milhões de asmáticos.

Com 90% dos pacientes brasileiros sem tratamento para controlar seus sintomas e utilizando somente a medicação para alívio de crises, o país registra todos os anos uma taxa de 250 mil hospitalizações e seis óbitos por dia, com um custo anual de R$ 150 milhões aos serviços de saúde. A falta de conscientização em relação ao tratamento, fatores de risco a serem evitados e formas de lidar com os sintomas em casa são aspectos que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), podem reduzir o impacto em âmbito global.

“Este cenário, ressalta a necessidade de uma estratégia de alta capacitação de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), com potencial impacto nos índices negativos da doença no Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma o pneumologista Paulo Pitrez, coordenador do estudo “CuidAr: reduzindo morbidade e custos em asma no país”.

O projeto é realizado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde e conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento, com o objetivo de desenvolver estas melhorias para diagnóstico e manejo precoce da doença no setor público. Pitrez explica que isso ocorrerá por meio da implementação de um programa de educação e capacitação de profissionais e agentes comunitários de saúde, contando também com a elaboração de uma análise de eficácia e custo-efetividade desta medida em todas as regiões do país. 

"O estudo CuidAr impacta no atendimento de pacientes com acesso ao protocolo assistencial de asma, tendo potencial para levar à redução de exacerbações, hospitalizações, consultas não agendadas em UBS, perda de dias de trabalho e necessidade de visitas a salas de emergência. Entre seus benefícios à saúde pública brasileira estão a diminuição de custos através da otimização dos processos de diagnóstico e manejo da asma na atenção primária, além da qualificação do serviço do SUS e da entrega, ao Ministério da Saúde, de programas de educação e capacitação em asma para profissionais da atenção primária do SUS", diz.

“O estudo CuidAR é uma grande oportunidade para mudar o cenário de não controle da asma no país, buscando aprimorar o conhecimento sobre o manejo da asma dos profissionais da saúde da atenção primária, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e consequentemente reduzindo gastos com hospitalizações e medicamentos de alto custo para o SUS”, ressalta Frederico Friedrich, liderança do estudo.

Monitoramento de pacientes e capacitação dos profissionais

Ao todo, cerca de 8 Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão selecionadas para participar do estudo, que capacitará os profissionais atuantes (via EaD) por especialistas em doenças respiratórias e em APS. Nas UBS, serão recrutados 1.440 pacientes maiores de 6 anos de idade, com diagnóstico de asma não controlada e com histórico de mais de uma crise respiratória com uso de corticóide oral nos últimos 12 meses. Os pacientes incluídos serão acompanhados ao longo de, pelo menos, 6 meses. 

"O projeto está na fase de alinhamentos iniciais, como montagem de equipe, escolha dos centros participantes no Brasil e treinamento dos profissionais. Durante a pesquisa, o impacto da implementação do protocolo de assistência será avaliado por meio de indicadores como hospitalização e visitas à emergência por asma, controle da doença, qualidade de vida, função pulmonar e custos. Os resultados deverão ser obtidos em cerca de dois anos a partir do início da coleta de dados", conclui Pitrez.

 



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