O que é o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, a iniciativa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. 

Em 13 anos, os hospitais participantes do PROADI-SUS investiram cerca de R$ 7,9 bilhões de recursos próprios no SUS (valores correspondentes à imunidade aos tributos PIS, COFINS e Cota Patronal do INSS), com cerca de 750 projetos executados entre 2009-2022, com o objetivo de fortalecer o SUS por meio da transferência de sua expertise em temáticas de saúde.

Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. 

Seis hospitais de excelência participam do programa:

Sobre os projetos

Os projetos são executados dentro de triênios específicos. Até 2022, cerca de 750 projetos foram desenvolvidos para o fortalecimento da saúde pública, e muito outros continuam em desenvolvimento. Os temas relacionados são:

  • Na área de capacitação de recursos humanos, os hospitais desenvolvem projetos para qualificar a mão de obra do SUS em todo o Brasil em competências consideradas prioritárias pelo Ministério da Saúde. Por exemplo, são desenvolvidos cursos à distância e presenciais em atenção básica, atenção especializada, urgência e emergência, agravos urgentes como epidemias, atenção farmacêutica, gestão, entre outros. Tais cursos não são apenas de qualificação, sendo muitos também de formação;
  • Em pesquisas de interesse público, o PROADI-SUS tem sido um grande apoiador de iniciativas inéditas no Brasil. Várias questões em saúde estão sendo respondidas por meio de projetos desenvolvidos em áreas como urgências e emergências, cardiologia, transplantes, humanização da saúde, obesidade, entre outras, o que pode ser comprovado pelas dezenas de artigos científicos publicados em revistas internacionais de alto impacto e pela contribuição na criação e validação de diretrizes clínico-assistenciais. Além disso, o programa tem estimulado as linhas do Plano Nacional de Pesquisa Clínica para aumentar a competitividade do País no cenário internacional no que se refere ao desenvolvimento de pesquisa, geração de conhecimento e inovação;
  • Na área de estudos de avaliação e incorporação de tecnologias, são desenvolvidos projetos que amparam o Ministério da Saúde na tomada de decisão para incorporar determinadas tecnologias, com a elaboração de pareceres, estudos de custo-efetividade, diretrizes e protocolos, entre outros documentos que ajudam a regrar a operação do SUS;
  • Em desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde, os hospitais têm apoiado o Ministério da Saúde com ferramentas para otimização no uso de recursos, agilidade no atendimento, interiorização da saúde (como, por exemplo a ampliação do uso de telemedicina) e expansão da assistência. Muitas vezes, para otimizar recursos e esforços, os projetos combinam mais de uma dessas áreas. Uma iniciativa que envolve assistência de pacientes, por exemplo, pode testar diferentes estratégias, gerar informações para tomada de decisão e capacitar os profissionais envolvidos;
  • Além das iniciativas de capacitação, pesquisa e avaliação de tecnologias, projetos assistenciais podem ser desenvolvidos abrangendo até 30% do total de recursos provenientes do PROADI-SUS. Costumeiramente, tais projetos envolvem a competência assistencial dos hospitais para atender casos em que o SUS necessita de oferta complementar, como transplantes e cirurgias cardíacas, entre outros procedimentos de alta complexidade.

Responsabilidade social

A participação no PROADI-SUS tem sido um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma grande satisfação. Os hospitais participantes contribuem de forma efetiva e perene para o desenvolvimento do SUS, não só conduzindo projetos, mas também deixando um legado. Dentro do programa, pessoas são formadas; profissionais são qualificados; descobertas científicas são realizadas; é oferecido apoio aos gestores na tomada de decisão; são realizados tratamentos; e, o mais importante: os hospitais PROADI-SUS ajudam a salvar vidas.

O Brasil é um país de dimensões continentais e de realidades sociais muito distintas, o que torna a saúde pública um de seus principais desafios. O Programa acredita que tais desafios só são superados com o real engajamento de todos os agentes do setor. Em especial, com o apoio de instituições que são referência em qualidade médico-assistencial e que tiveram sua origem nas iniciativas da própria sociedade, a quem devem retribuir. 

É preciso sempre apoiar a saúde pública. É por isso que existe o PROADI-SUS.

A origem dos recursos

No modelo tradicional de atendimento SUS, os hospitais não recolhem determinados tributos por serem imunes em sua natureza e, em contrapartida, realizam atendimento SUS, recebendo recursos públicos pelos serviços prestados.

Já no modelo de filantropia PROADI-SUS, as instituições que integram o Programa desembolsam os valores correspondentes a determinados tributos para investir em projetos de desenvolvimento do SUS e de promoção da saúde da população. Assim, o PROADI-SUS é mantido com os recursos gerados pelos próprios hospitais participantes, que desembolsam os valores correspondentes aos tributos - mesmo que imunes - e aplicam em projetos de interesse do sistema público de saúde. Nos últimos 13 anos, os hospitais de excelência investiram cerca de R$ 7,9 bilhões no SUS, valor que nunca existiria no modelo tradicional.

Um ponto importante é que todos os projetos lidam apenas com custos de desenvolvimento e estrutura, ou seja, os hospitais participantes não podem aplicar nenhuma margem sobre as iniciativas. Além disso, buscam otimizar a aplicação de recursos visando critérios de economicidade e processos estruturados.

Todo o processo de prestação de contas é auditado primeiramente pelas equipes dos próprios hospitais, depois por empresas de auditoria externa (EY, KPMG e PWC) e, finalmente, pelo Ministério da Saúde.

Ações de auditoria realizadas por órgãos públicos de controle também são realizadas nos projetos e no programa com o objetivo de qualificá-lo ainda mais. Mas, um olhar direcionado apenas para a questão dos valores injetados no SUS estaria diminuindo o real tamanho do PROADI-SUS. Este é um grande programa de desenvolvimento de projetos para enfrentar os inúmeros desafios que o SUS possui. Trata-se de uma das maiores parcerias público-privadas do país.