Estudo do PROADI-SUS que identificou mutações do SARS-Cov-2 no Sul do Brasil tem publicação internacional

Estudo do PROADI-SUS que identificou mutações do SARS-Cov-2 no Sul do Brasil tem publicação internacional Estudo do PROADI-SUS que identificou mutações do SARS-Cov-2 no Sul do Brasil tem publicação internacional

Em parceria com o Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento conduziu o estudo COVIDa, que identificou variantes em Porto Alegre, RS, no início da pandemia; dados embasam novos tratamentos e políticas públicas no país

Uma pesquisa do PROADI-SUS, realizada em parceria com o Ministério da Saúde e conduzida pelo Hospital Moinhos de Vento, identificou que novas mutações do novo coronavírus foram detectadas no início da pandemia circulando em Porto Alegre (RS). O estudo foi publicado em versão impressa pela Elsevier, empresa editorial holandesa especializada em conteúdo científico, técnico e médico, sendo uma das seis que dominam a publicação científica em todo o mundo. O material também pode ser acessado online, no portal PubMed, base de dados bibliográficos da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América.

De maio a outubro de 2020, foram avaliados 1.557 adultos e crianças com mais de dois meses com sintomas da doença, passando por ensaio de RT-PCR para diagnóstico de COVID19, que avaliou 3 alvos (genes N, ORF1ab e S). Em algumas amostras foram detectados os genes N e ORF1ab, porém não o gene S (chamado de dropout do gene S). Entre estas amostras que se mostraram ausente a detecção do gene S, algumas foram submetidas ao sequenciamento do genoma completo (WGS), modelagem de homologia e análise das propriedades físico-químicas.

"O nosso estudo observou que a ausência de detecção do gene S foi de 7,4% (36/484) entre os participantes da pesquisa que tiveram resultado positivo para COVID19. O pico de ausência ocorreu no início de agosto de 2020. A técnica de sequenciamento do genoma completo foi realizada em 8 amostras e observou-se que as linhagens circulantes eram B.1.1.28, B.1.91 e B.1.1.33, as mesmas que estavam circulando no início da pandemia. No entanto, em um participante, identificou-se uma nova mutação na região RBD (Y380Q) simultaneamente com outras duas mutações já descritas: C379W e V395A. A região RBD faz parte da proteína S e está associada a ligação anticorpos neutralizantes bem como transmissibilidade", explica dra. Márcia Bonatto, que fez parte do projeto.

"Os achados demonstram como as mutações associadas ao surgimento de variantes do SARS-CoV-2 ocorrem, mesmo em um período ainda inicial de pandemia", conclui o consultor médico de projetos, Dr. Marcelo Scotta.



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